"estórias e poesias de José Soares" no Externato D. Fuas Roupinho


No dia 21 de março, numa parceria com o Museu Dr. Joaquim Manso, decorreu no Externato D. Fuas Roupinho a sessão “estórias e poesias de José Soares” comemorativa do Dia Mundial da Poesia.

O poeta “foi à escola”, viu os trabalhos realizados por alunos inspirados na sua obra e, na voz de outros alunos, escutou alguns dos seus poemas inéditos.Depois, José Soares leu poemas publicados em “Ventania” (c.1960) e respondeu, com a sua longa sabedoria, às curiosas perguntas da assistência.

Filho de pescadores, pudemos constatar que o MAR sempre foi a matriz da sua poesia e nela intuímos a Nazaré dos barcos e das “sete saias” dos anos 1950-60. Para o autor, que começou a escrever poemas aos 13 anos, não se faz poesia por fazer; o “poema é uma arma”, uma forma de intervenção social, de melhorar o mundo e o homem! Se os poemas têm a sua parte estética, a “arte não é só beleza”, a “beleza é um adorno da arte”.

É com muito agrado que esteve entre os jovens falando da sua poesia, mas sobretudo, da obra de outros “grandes poetas”, como Carlos Queirós e José Gomes Ferreira, ignorados ou ofuscados nos programas escolares e nas edições.
Por isso, e em resposta à pergunta de um aluno sobre “O que é o Amor?”, estes momentos de “partilha” são momentos de Amor, ao qual se sobrepõe a Amizade, destituída da parte carnal do primeiro.


A todos deixa a recomendação – contrariar as palavras de repreensão proferidas por um saudoso professor do seu tempo de frequência do Seminário: “Vocês (alunos) fazem muito bem o mal e fazem muito mal o pouco bem que conseguem fazer”. Nunca se esqueceu dessa frase e sempre orientou a sua vida por tentar fazer “muito bem o bem”.
 


“Eu e o Mar” 

(…)
 Ainda eu era de mama
 E já tinha por meu mundo o Mar.
 Da areia quanta vez fica cama!
 Por isso agora, quando o Mar brama,
 Sei que me chama para conversar.”
 (…)
 


José Soares (Excerto de poema "Eu e o Mar", em "Ventania", 1960).


Sem comentários:

Enviar um comentário