Exposição "Caricaturas de outras gentes. Coleção do Dr. Joaquim Manso"

Armando Boaventura. MDJM inv. 54 des.


O Museu apresenta "Caricaturas de outras gentes. Coleção do Dr. Joaquim Manso", na Galeria Municipal Paul Girol, na Nazaré

Entre 13 de fevereiro e 5 de março, “Caricaturas de outras gentes” é o tema da exposição apresentada pelo Museu Dr. Joaquim Manso na Galeria Municipal Paul Girol. As caricaturas, do acervo do Museu, faziam parte da coleção de Joaquim Manso (1878-1956), representando este jornalista e outras figuras da vida pública dos inícios do século XX.

Estão presentes artistas como Francisco Valença, Amarelhe, Armando Boaventura, Teixeira Cabral, Canelas e os estrangeiros Kelen Genf e Maribona, que, sobretudo a traço preto, destacam de forma bem-humorada ou crítica algumas personagens do círculo político e intelectual da época. Várias privavam de perto com Joaquim Manso e as suas caricaturas destinavam-se certamente à imprensa, nomeadamente ao “Diário de Lisboa”, de que Joaquim Manso (+ informação aqui) foi fundador e diretor durante 35 anos.

Género artístico que, em Portugal, vinha ganhando relevo desde o final do século XIX, com a ação do prodigioso e multifacetado Rafael Bordalo Pinheiro, a caricatura encontrou na imprensa um espaço público mais visível, que hoje a torna, a par da sua apreciação estética, numa fonte de significado sociológico ou num instrumento de descodificação da realidade histórico-político da época.

Nas primeiras décadas do século XX, a caricatura e a visão humorista ocuparam um lugar de relevo também entre os artistas modernistas que procuravam romper com a linguagem oitocentista, entre os quais encontramos alguns dos artistas aqui patentes, como Amarelhe e Francisco Valença.

Do conjunto apresentado nesta exposição, sobressai a caricatura individualizada, centrada no exagero das particularidades físicas do rosto. Algumas, acompanhadas por anotações escritas, apontam a denúncia ou o comentário satírico da vida nacional.

O período da sua produção – anos 1920 e 1930 – é também interessante para a história da caricatura portuguesa, num momento de charneira, marcado, a nível internacional, pelo período entre-Guerras e, no país, pelo fim da I República e o início da Ditadura e o que esta significou em termos de orientação editorial e da liberdade de expressão na imprensa e na cultura em geral.

Notabilizando-se como escritor, ensaísta e jornalista, Joaquim Manso passava as férias nesta vila piscatória, no edifício que vem a ser doado ao Estado em 1968, para aí se instalar o Museu da Nazaré, inaugurado em 1976.

Nesta exposição, é apresentada pela primeira vez parte da coleção de caricaturas do jornalista, doadas ao Museu em 1977, pelo filho Eng. Pedro Manso Lefèvre.

Ligação ao portal do Município da Nazaré.


Galeria Municipal Paul Girol

Rua Grupo Desportivo “Os Nazarenos”
2450-291 Nazaré
segunda-feira a sexta-feira
9h30 às 13h | 14h às 18h
sábado | 15h às 18h

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