Álvaro Laborinho. O Mar da Nazaré. Uma mostra da colecção do Museu Dr. Joaquim Manso


Abriu no dia 15 de Outubro, na galeria de exposições temporárias da livraria nazarena “Cenas & Livros”, a exposição “Álvaro Laborinho. O Mar da Nazaré. Uma mostra da colecção do Museu Dr. Joaquim Manso”.

Esta mostra corresponde a uma pequena selecção do valioso espólio fotográfico de Álvaro Laborinho, oferecido ao Museu Dr. Joaquim Manso pelo seu filho, Dr. Álvaro Brilhante Laborinho, em 1980, e do qual foi editado o catálogo “Álvaro Laborinho. O Mar da Nazaré” (2001).

Álvaro Laborinho (1879-1970), filho de pescadores, nasceu na Nazaré. Iniciou a sua vida de comerciante no estabelecimento do "Tio Hermínio", e mais tarde, estabeleceu-se por conta própria com uma loja de fazendas e atoalhados na Praça Sousa Oliveira. Entre os seus múltiplos interesses e activa participação na vida associativa e política local, foi à fotografia que Álvaro Laborinho mais se dedicou. Através da sua câmara surge o registo completo da Nazaré da primeira metade do século XX, num verdadeiro documento histórico e etnográfico que é essencial para reconstruir o passado desta comunidade marítima ou para entender a produção de uma determinada imagem estética sobre a mesma.

Este arquivo fotográfico, de quase dois milhares de negativos, constitui material imprescindível para o estudo de múltiplos aspectos do quotidiano das gentes da Nazaré: a vida social, as cenas de trabalho, os vários tipos de embarcações, as artes de pesca, o traje de trabalho e de festa, feminino e masculino, o vestuário de diferentes estratos sociais dos visitantes e dos banhistas.

O mar aparece como tema dominante, o mar da pesca ou o mar da “praia de banhos”. Em grandes planos, com o areal povoado de embarcações ou barracas brancas e multidão de banhistas, à frente de uma linha oblíqua definida pelo Promontório. Por vezes, são os chalets e edifícios mais ou menos nobres da marginal os pontos de referência que documentam a fácies urbana de uma determinada época. Noutras perspectivas, menos topográficas e mais humanas, é o fotógrafo que se coloca no areal e nos oferece uma maior proximidade com os retratados, que, na sua categoria quase sempre anónima, sublimam uma representação de toda a comunidade. Mas, acima destes reparos, o conjunto revela-nos o apurado sentido de observação de Álvaro Laborinho e valida a sua referência na história da fotografia portuguesa.

A exposição agora patente na “Cenas & Livros”, resulta de uma parceria entre o Museu Dr. Joaquim Manso e aquela livraria, apresentando-se como mais uma ocasião para divulgar o espólio de Álvaro Laborinho, nem sempre exposto ou totalmente visível e, simultaneamente, dar a conhecer o património da Nazaré e as suas raízes culturais.

Animou a inauguração o músico nazareno Silvino Pais da Silva. A exposição integra ainda excertos de três filmagens da praia da Nazaré dos anos 1950-70, realizadas por veraneantes e cuja reprodução foi cedida ao Museu Dr. Joaquim Manso.




Entre 15 de Outubro e 20 de Novembro
no Horário de Abertura da Cenas & Livros
Rua Mouzinho de Albuquerque, 56 – Nazaré

 

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